Aqui por terras Angolanas não existem arrumadores. Estamos livres do sempre irritante "Destroce... Destroce...", e dos moços que chegam ao pé do carro quando já estamos a desligar o motor, mesmo assim pendem a moedinha. Aqui não há nada disto, não.
Existem os "controladores".
Dirão os mais curiosos, controladores porquê?
Bom, certo é que eles também ajudam a estacionar, eles também correm atrás do carro para serem os primeiros a chegar, eles também têm o instinto territorial, eles também pedem trocos (Nesse caso notas, porque não existem moedas de kwanza a circular, rezam os mitos que elas existem. É na onda das bruxas. Eu não acredito nelas, mas que as há, há.). Eles também são uns chatos do caraças, eles também andam todos "despachados" (para não dizer fodidos, porque a minha mãe também lê o blogue). Então porque não são arrumadores?
Porque ao contrário dos portugueses, eles dizem "Chefe, eu controlo aí o seu carro." Lá está! Controlo - controlador! Brilhante.
Eu até há bem pouco tempo pensava que estes parasitas eram completamente inúteis e que não serviam para nada. Que ficavam ali parados o dia todo, viam um carro e aproximavam-se. E só quando nos vamos embora é que se paga, nunca antes!
Mas confesso que este fim de semana eu mudei completamente de opinião.
Estava eu o Bruno e o André, a sair de um dos bares mais manhosos que já alguma vez pus os pés. Lá só se viam na pista cotas brancos a dançar com pretas novinhas. Separamo-nos dos outros 2 gajos que estavam connosco, e ao chegar perto do carro, sentimos aproximarem-se 5 angolanos por trás (ok, nada de trocadilhos ou piadas parvas). Um mete-me a mão no bolso (mais uma vez, nada de piadas), outro tenta tirar a carteira ao André, e instalou-se a confusão.
Nisto vejo ao longe um sexto angolano a correr na nossa direcção, a gritar "É o meu pula! É o meu pula!". Meio sem perceber o que raio se estava a passar, no meio da confusão toda, pensei que era mais um... E não é que é era o nosso controlador que vinha a correr?!?!... Ele sozinho meteu-se num assalto de 5 angolanos a 3 pulas, e não foi para ajudar a roubar. Ajudou os pulas!
Aí os números equilibraram-se, e acabou-se por resolver tudo a bem, os gajos afastaram-se e só me roubaram 10Kz (10 cêntimos...).
Ah, e tinha um segurança do outro lado da rua, que ficou quieto a ver a cena. Só lhe faltava mesmo o pacote de pipocas, e os óculos 3D.
Estes controladores que nutrem de tão pouca simpatia da população em geral, agora passaram a ter a minha admiração. E agora quando ouvir da próxima vez, "Chefe, o António controla aí o carro." Já sei que não é só o carro.
Bom, o mais irónico disto tudo, é que ao fim de mês e uma semana, esta foi a minha primeira tentativa de assalto aqui, em Luanda, que não foi preconizada por agentes da autoridade!
PS: Esta mensagem é dedicada a todos os controladores. Desde o que nos ajudou e não sei o nome, ao António, ao "Eu Sou Eu".
PS2: Depois conto a história do Eu sou Eu.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
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Finalmente tenho direito a palavra neste blogue, já era tempo!!! :) Mas afinal, quanto é que deste ao controlador?
ResponderEliminarClaudiaM
Miguel Paulo tenha cuidado com a sua linguagem, se faz favor!!!
ResponderEliminarEu até me senti mal, nós demos todo o dinheiro que tinhamos, que foram uns 200 e tal kz (2€ e qq coisa). Mas como só se paga o controlador no fim, o dinheiro já tinha andado.
ResponderEliminarPS: Sim, Mónica Alexandra, vou ter mais tento na lingua...
Chato foram os ... 10 cêntimos!!! rsrsrs
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