Há muita coisa estranha em Angola. Julgo já ter mencionado isto uma ou outra vez. E como não podia deixar de ser, isso também se aplica aos monumentos.
Há um de mausoléu aqui em Luanda, que segundo conta, foi construído para serem lá sepultados os restos mortais de Agostinho Neto, o primeiro presidente angolano, pós independência. O complexo desta zona do monumento ainda está por acabar, e também não sei quando é que é suposto ficar pronto.
Ao que parece foi construído pelo soviéticos, que tinham relações muito próximas com o MPLA, durante a luta pela independência, bem como cuba, que enviou mercenários para combater.
Não são poucas as referências existentes aqui em angola à ex URSS e ao regime comunista, desde rua e avenidas (com nomes de Lenine e Karl Marx) à própria bandeira, com a sua foice e catana, algo semelhante à foice e martelo.
Ao olharmos para o monumento, claramente que nos apercebemos da sua forma, digamos, diferente, e certamente que o mais semelhante que todos encontram com este monumento, é sem a menor dúvida...
Um foguetão!
Vai daí que derivada desta parecença e do seu breve historial, que alguns lhe chamam, à boca pequena, de "Spultnik".
Um trocadilho muito inteligente que pega no nome da primeira série de satélites soviéticos e na palavra sepultura (não esta, a normais).
Se há outros nomes? Eu nego categoricamente!
sábado, 25 de julho de 2009
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Modernices
Ontem dei 5 espirros!
Hoje dei mais 2...
Será que tenho malária?
Não pode.
Estou a ser paranóico...
Isso está "demodé".
É doença de países do 3º mundo.
Angola é um país em constante desenvolvimento.
Só pode ser gripe A.
Hoje dei mais 2...
Será que tenho malária?
Não pode.
Estou a ser paranóico...
Isso está "demodé".
É doença de países do 3º mundo.
Angola é um país em constante desenvolvimento.
Só pode ser gripe A.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Ainda...
É bastante usual estarmos a falar com um angolano e perguntar algo do género, "Então isto não está pronto?", já chateados de aquela merda não avançar, e obtermos uma resposta simples e concisa como "Ainda...", seguida de um sorriso.
Ok, ao início metia confusão. Mas ainda o quê? Ainda sim? Ainda não? Ainda? Só ainda?
Dá sempre aquela sensação de incompletude. Falta algo ali naquela resposta (e também no trabalho do gajo...).
Precisava que ele acrescentasse mais qualquer palavra, mas não, ficava-se por ali, a sorrir.
Certo é que a generalidade das pessoas após alguns instantes a puxar pela carola, concluem brilhantemente que o "ainda", nunca pode ser sim...
Que respondemos "ainda" sempre associado à sua conotação negativa. E que os parvos somos todos nós, os portugueses, que perdemos tempo, saliva, para não falar no trabalho que dá, ao acrescentar o não.
Será que é verdade?
Eu que não gosto nada deste tipo de desafios, lá me pus a pensar sobre se isto fazia sentido ou não.
E foi então que enveredei pela busca, aparentemente inglória, do "ainda sim", ou do "ainda talvez", de qualquer outro "ainda"! Tinha que existir, eu sentia-o aqui tão perto.
Certo é que nesta caminhada, descobri que não estava sozinho, há mais pessoas que, tal como eu, também acham que o "ainda", não pode ser sempre negativo.
Devido a este pequeno gesto da mais pura e inocente preguiça angolana, já se iniciaram grandes discussões e desenrolam-se debates acesos e acalorados, que opõem as duas facções extremistas. Nada de estranhar, todos nós sabemos que assuntos polémicos como a religião, política, o aborto ou o "ainda", tocam-nos sempre lá no íntimo de uma forma tão marcante que não deixa ninguém indiferente.
E após tudo isto, aposto que muitos de vocês já se entregaram de coração a tão fascinante assunto, e estão certamente a pensar quando é que se usa o "ainda" de forma não negativa.
Se eu já encontrei?
Ainda vou descobrir!
Ok, ao início metia confusão. Mas ainda o quê? Ainda sim? Ainda não? Ainda? Só ainda?
Dá sempre aquela sensação de incompletude. Falta algo ali naquela resposta (e também no trabalho do gajo...).
Precisava que ele acrescentasse mais qualquer palavra, mas não, ficava-se por ali, a sorrir.
Certo é que a generalidade das pessoas após alguns instantes a puxar pela carola, concluem brilhantemente que o "ainda", nunca pode ser sim...
Que respondemos "ainda" sempre associado à sua conotação negativa. E que os parvos somos todos nós, os portugueses, que perdemos tempo, saliva, para não falar no trabalho que dá, ao acrescentar o não.
Será que é verdade?
Eu que não gosto nada deste tipo de desafios, lá me pus a pensar sobre se isto fazia sentido ou não.
E foi então que enveredei pela busca, aparentemente inglória, do "ainda sim", ou do "ainda talvez", de qualquer outro "ainda"! Tinha que existir, eu sentia-o aqui tão perto.
Certo é que nesta caminhada, descobri que não estava sozinho, há mais pessoas que, tal como eu, também acham que o "ainda", não pode ser sempre negativo.
Devido a este pequeno gesto da mais pura e inocente preguiça angolana, já se iniciaram grandes discussões e desenrolam-se debates acesos e acalorados, que opõem as duas facções extremistas. Nada de estranhar, todos nós sabemos que assuntos polémicos como a religião, política, o aborto ou o "ainda", tocam-nos sempre lá no íntimo de uma forma tão marcante que não deixa ninguém indiferente.
E após tudo isto, aposto que muitos de vocês já se entregaram de coração a tão fascinante assunto, e estão certamente a pensar quando é que se usa o "ainda" de forma não negativa.
Se eu já encontrei?
Ainda vou descobrir!
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Como perder 3h da vossa vida?
Caso algum dia sintam que estão aborrecidos por terem excesso de tempo livre, e não sabem como perdê-lo de uma maneira estúpida e irritante, não se preocupem, venham para Luanda!
Esta cidade tem um vasto leque de opções à vossa disposição.
É a terra das oportunidades, assim do género dos EUA, mas neste caso, para vos fazer perder uma tarde numa tarefa mundana, como levantar dinheiro num banco.
Eu tive a necessidade de recorrer ao serviço bancário para o pagamento a um subempreiteiro nosso. Como já tenho conta num banco local para facilitar os reembolsos de facturas com a empresa, e precisava de uma quantia grande, que nas multicaixas não é possível levantar, tem um limite tal como em Portugal, tive que me atirar aos lobos e às filas infernais dos bancos, e aos seus seguranças de AK47 que por lá circulam.
Após 30min na fila para levantamentos, falando com o meu camba (ndr. amigo, companheiro em angolano) ele avisa-me que não posso levantar dinheiro em Kwanzas sem ter cheques. Como não tenho livro de cheques (quem é que tem?) vou perguntar aos balcões se têm livros de cheques ou cheques avulso. A resposta foi negativa para ambas... Bom, estava a ver a coisa negra (não literalmente).
A minha conta é em Kwazas, mas depois de perguntar como contornar a situação informaram-me que para levantar dólares não precisava de cheque. O que faz todo o sentido!
Porreiro! Então perguntei o que tinha que fazer, e responderam-me, "Tem que converter!". Passado um bocado, e com muita má vontade e falta de paciência, lá conseguiu explicar-me que tinha que tranferir internamente kwanzas da minha conta em kwanzas (conta 1) para a conta em dólares (conta 2), através de uma "conversão", e só depois é que podia levantar os dólares. Nada mais simples!
Tinha que mudar de fila...
Invadido pelo mais puro espírito angolano, meti-me a meio da fila ao pé do Bruno e do André (e ninguém reclamou :D), e lá esperei.
Chegou a minha vez!
A moça atende. Tenho que preencher um papel genérico, a pedir para levantar dólares
(porque é que não podia preencher essa folha para levantar kwanzas? eu perguntei, juro que perguntei... e a resposta? "Tem os processo que, e depois há as complicações, e coisas...").
O papel preenchido muda de balcão... Espero... Funcionário conversa ao telemóvel... Espero... A gaja pergunta se ele fez a conversão... Espero... Telemóvel... Amigo... Andam na letra... Espero... Amigo... Espero... Papel em cima da secretária... Eu pergunto se demora... Está quase... Espero... Chefe... Dá raspanete... Espero... Telefone... Espero... Conversão!
Mudo de balcão, para o caixa, vou levantar... Está tudo ok? Não! Era fácil de mais...
Dizem-me que não posso levantar o montante ($1200) que pedi porque há 1% de comissão nos levantamentos e a minha conta só tinha ($1200) disponíveis. Então só podia levantar $1188! Lembraram-se a tempo de me avisar...
O que vale é que por uma questão de pura sorte (podia ter tido perspicácia, mas sou honesto) pedi mais do que precisava, apenas para levantar um valor arredondado, sempre ficava mais bonito.
Foi a minha sorte, senão ia faltar dinheiro para o pagamento... E voltar a fazer o mesmo percurso não era opção agradável.
Recebo os dólares e ponho-me a andar! Tinham-se passado quase três horas desde que abri aquela porta! Estava esgotado e atrasado!
PS: Eu confesso que me passou pela cabeça fazer o câmbio dos dólares para kwanzas.
Perdia dinheiro, com as comissões e essas tretas todas, mas saia de lá com kwanzas, e feliz por ter contornado o sistema de modo a conseguir o que eu queria... Os kwanzas!
Quem me conhece sabe que eu era menino para isso. Não tivesse sido eu vencido pela burocracia irreal dos serviços angolanos, tinha feito. Oh se não tinha!
Esta cidade tem um vasto leque de opções à vossa disposição.
É a terra das oportunidades, assim do género dos EUA, mas neste caso, para vos fazer perder uma tarde numa tarefa mundana, como levantar dinheiro num banco.
Eu tive a necessidade de recorrer ao serviço bancário para o pagamento a um subempreiteiro nosso. Como já tenho conta num banco local para facilitar os reembolsos de facturas com a empresa, e precisava de uma quantia grande, que nas multicaixas não é possível levantar, tem um limite tal como em Portugal, tive que me atirar aos lobos e às filas infernais dos bancos, e aos seus seguranças de AK47 que por lá circulam.
Após 30min na fila para levantamentos, falando com o meu camba (ndr. amigo, companheiro em angolano) ele avisa-me que não posso levantar dinheiro em Kwanzas sem ter cheques. Como não tenho livro de cheques (quem é que tem?) vou perguntar aos balcões se têm livros de cheques ou cheques avulso. A resposta foi negativa para ambas... Bom, estava a ver a coisa negra (não literalmente).
A minha conta é em Kwazas, mas depois de perguntar como contornar a situação informaram-me que para levantar dólares não precisava de cheque. O que faz todo o sentido!
Porreiro! Então perguntei o que tinha que fazer, e responderam-me, "Tem que converter!". Passado um bocado, e com muita má vontade e falta de paciência, lá conseguiu explicar-me que tinha que tranferir internamente kwanzas da minha conta em kwanzas (conta 1) para a conta em dólares (conta 2), através de uma "conversão", e só depois é que podia levantar os dólares. Nada mais simples!
Tinha que mudar de fila...
Invadido pelo mais puro espírito angolano, meti-me a meio da fila ao pé do Bruno e do André (e ninguém reclamou :D), e lá esperei.
Chegou a minha vez!
A moça atende. Tenho que preencher um papel genérico, a pedir para levantar dólares
(porque é que não podia preencher essa folha para levantar kwanzas? eu perguntei, juro que perguntei... e a resposta? "Tem os processo que, e depois há as complicações, e coisas...").
O papel preenchido muda de balcão... Espero... Funcionário conversa ao telemóvel... Espero... A gaja pergunta se ele fez a conversão... Espero... Telemóvel... Amigo... Andam na letra... Espero... Amigo... Espero... Papel em cima da secretária... Eu pergunto se demora... Está quase... Espero... Chefe... Dá raspanete... Espero... Telefone... Espero... Conversão!
Mudo de balcão, para o caixa, vou levantar... Está tudo ok? Não! Era fácil de mais...
Dizem-me que não posso levantar o montante ($1200) que pedi porque há 1% de comissão nos levantamentos e a minha conta só tinha ($1200) disponíveis. Então só podia levantar $1188! Lembraram-se a tempo de me avisar...
O que vale é que por uma questão de pura sorte (podia ter tido perspicácia, mas sou honesto) pedi mais do que precisava, apenas para levantar um valor arredondado, sempre ficava mais bonito.
Foi a minha sorte, senão ia faltar dinheiro para o pagamento... E voltar a fazer o mesmo percurso não era opção agradável.
Recebo os dólares e ponho-me a andar! Tinham-se passado quase três horas desde que abri aquela porta! Estava esgotado e atrasado!
PS: Eu confesso que me passou pela cabeça fazer o câmbio dos dólares para kwanzas.
Perdia dinheiro, com as comissões e essas tretas todas, mas saia de lá com kwanzas, e feliz por ter contornado o sistema de modo a conseguir o que eu queria... Os kwanzas!
Quem me conhece sabe que eu era menino para isso. Não tivesse sido eu vencido pela burocracia irreal dos serviços angolanos, tinha feito. Oh se não tinha!
sábado, 4 de julho de 2009
As loiras Angolanas!
Eis o tema pelo qual todos os homens mais esperavam que eu falasse!
A cerveja!
Sim, em Angola há cerveja local. Mas também diga-se que as loiras expatriadas, vulgo Super Bock, Sagre ou Cristal, aí da tuga, frequentemente são avistadas nas mãos dos angolanos, muito para o agrado deles.
Claro que as dinamarquesas, nesse caso pequenas e loiras, não fogem à regra. Carlsberg fresquinha calha sempre bem no calor Mwangolé!
Agora vamos às loiras neguinhas, as cervejas locais! São três marcas diferentes. Que já vêm se não me engano ainda do tempo colonial. Há cartazes por toda a cidade, sendo um deles, um grande (da Cuca), já um marco de referência para orientação nas ruas sem placas de Luanda.
Para vos elucidar, e auxilio a trocadilhos de grande classe, dignos do Ferro nos seus dias mais inspirados, temos então:
- a Cuca (que não é brazuca);
- a Nocal (que é uma cerveja local...)
- a Eka (bem, esse é demasiado fácil... recuso-me).
Talvez a cerveja seja das coisas mais consumidas aqui em Angola, a seguir à coca cola, ou à frente desta, ainda estou em dúvidas qual é que se vende mais. Há em todo o lado, e ainda bem!
Deixa o povo alegre e em condições de conduzir ainda melhor.
Confesso, aqui que ninguém nos houve, que até à data ainda só provei Cuca.
A cerveja é boa, bebe-se bastante bem, e sempre é mais barata do que as importadas (mas claro que eu não ligo a essas coisas... )
Quanto às outras, sinceramente ainda não lhes tomei o gosto. Tenho ficado pela Cuca...
Sabem, é que eu sou homem de uma cerveja só!
A cerveja!
Sim, em Angola há cerveja local. Mas também diga-se que as loiras expatriadas, vulgo Super Bock, Sagre ou Cristal, aí da tuga, frequentemente são avistadas nas mãos dos angolanos, muito para o agrado deles.
Claro que as dinamarquesas, nesse caso pequenas e loiras, não fogem à regra. Carlsberg fresquinha calha sempre bem no calor Mwangolé!
Agora vamos às loiras neguinhas, as cervejas locais! São três marcas diferentes. Que já vêm se não me engano ainda do tempo colonial. Há cartazes por toda a cidade, sendo um deles, um grande (da Cuca), já um marco de referência para orientação nas ruas sem placas de Luanda.
Para vos elucidar, e auxilio a trocadilhos de grande classe, dignos do Ferro nos seus dias mais inspirados, temos então:
- a Cuca (que não é brazuca);
- a Nocal (que é uma cerveja local...)
- a Eka (bem, esse é demasiado fácil... recuso-me).
Talvez a cerveja seja das coisas mais consumidas aqui em Angola, a seguir à coca cola, ou à frente desta, ainda estou em dúvidas qual é que se vende mais. Há em todo o lado, e ainda bem!
Deixa o povo alegre e em condições de conduzir ainda melhor.
Confesso, aqui que ninguém nos houve, que até à data ainda só provei Cuca.
A cerveja é boa, bebe-se bastante bem, e sempre é mais barata do que as importadas (mas claro que eu não ligo a essas coisas... )
Quanto às outras, sinceramente ainda não lhes tomei o gosto. Tenho ficado pela Cuca...
Sabem, é que eu sou homem de uma cerveja só!
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