quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Açores à conquista de Angola...

Ontem tive uma noticia que teve efeitos distintos em mim.

Estupefacção, alegria, esperança.


Estupefacção, pelo facto de ver que a minha empresa não aprende. Já não bastava ter-me a mim em Angola, ainda vão mandar mais outro açoriano para essas terras.


Alegria, pelo facto de ser o que o meu jovem amigo queria, e de ele ter ficado na empresa após o estágio. (não, não meti nenhuma cunha!)


Esperança, pelo facto de contando com ele, seremos 4 moços oriundos dos Açores, que eu conheça, por cá (certo que um deles já é bem mais velho, e de não o conhecer muito bem, mas conta na mesma), e que quando menos derem por ela... Já estaremos a controlar isso tudo por aqui.


A bandeira açoriana.


Por cá te espero, Pavão.



PS1: Porta-te bem lá nos orçamentos, tens que manter o nível. A bitola é alta.

PS2: Não te deixes enganar pela francezinha.

PS3: Sei de um outro que pode começar a fazer as malas também.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A nova casa - provisória!

Parece sina.

A minha deambulação por Angola tem-se pautado por alojamentos provisórios...


Primeiro foi a Mulemba. Ahhhh, a Mulemba que saudades... Durou pouco, umas 3 semanas se a memória não me falha.


Segundo foi o apart-hotel, que seria por 2 ou 3 semanas no máximo até acabar o projecto. Estendeu-se por quase 4 meses... Não que eu me queixe ou seja mal agradecido... Até calhou bem!


Agora, é suposto ficar aqui até ser concluída o equipar da minha nova casa. Será?
Não desfiz as malas totalmente (é uma seca estar a fazer as malas novamente), e nem me instalei completamente na casa em termo de compras.


Bom, já lá vai um mês inteiro, e nada. Nem um aí! Nada!


O que me resta é esperar até ver. E talvez esteja na altura de desfazer as malas e apostar em mais um ou dois meses aqui...
Mas como toda a gente sabe, no preciso dia em que resolver instalar-me confortavelmente na casa, é no dia em que irei receber a tal chamada.

É o tal do Murphy, o sacana!



Uma das malas meio desfeita, à espera da chamada.


Guarda fato.


É verdade, não fiz a cama (a minha mãe teria vergonha...), mas a empregada não veio!


Agora umas fotos da minha magnifica vista da janela do meu quarto... Digam lá se não é bonito.

Musseque a perder de vista até ao horizonte...


Condomínio novo ali ao lado

Construção... Construção... Construção...


E como não podia deixar de ser, a piscina... é pequena, mas pronto, vá, eu aceito.


Enfim, cá estamos! O que vale é que o sol e o calor começam a aparecer. Ainda a tempo de aproveitar a piscina!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Dormi com ela! Não é o que parece, eu juro!

Hoje à noite acordei pelas 5h30 da manhã, de sobressalto.

Dei de caras com ela ali, mesmo à minha frente.

Aquele tom castanho escuro que não engana!

Era grande e roliça. Assim como as açorianas. As continentais são raquíticas...

E feia.

Eu não a tinha convidado, nem percebi como ela entrou no meu quarto...

Muito menos como foi parar à minha cama.

Senti o meu espaço violado!

Será que fui abusado enquanto dormia?

Ainda por cima ela era porca, suja, e estava ali, nos meus lençóis, sem eu a querer.



Só me veio à cabeça o grande Badaró.


PS: Saquei do spray e matei a cabra!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Feriado!

Hoje é feriado aqui em Angola, por causa do Agostinho Neto, por isso é um dia que diz muito ao povo angolano, por isso ninguém trabalha!

Nos outros dias como não são especiais, trabalham pouco.

Tudo isto para quê?

É que recebemos indicações que temos que trabalhar hoje, porque a obra é para andar. Então, o cenário aqui é giro, só meia dúzia de expatriados, e da mão-de-obra local, nem um apareceu.
(confesso que a minha vontade também não era muito, vim só acabar umas coisas e planeava ir à praia, só que o tempo está uma porcaria...)

Este cenário desértico e de aparente inactividade, é já um cenário habitual nos primeiro dias do mês, que resulta dum fenómeno tipicamente angolano a que eu chamo "o fenómeno do principio do mês".

Isso consiste basicamente no seguinte. Fim do mês, os patrões pagam todos o "kubum" (dinheiro) aos trabalhadores (custa-me usar esse termo as vezes, tenho que passar a dizer, os empregados).

E então o que fazem eles?

Simples, não aparecem mais até acabar-se o ordenado.

Um angolano disse-me uma vez, "Com dólares no bolso eu nunca durmo sozinho."

Só que tendo em conta o baixo ordenado, o alto nível de vida em Luanda, e capacidade de esbanjar que os moços têm, esse período dura geralmente no máximo uma semana.

É começar a vê-los a regressar ao trabalho aos poucos, porque têm que comer, e os patrões dão-lhes o "chop-chop" (a comida) ao almoço. Apesar de ser aborrecido terem que voltar a trabalhar, sempre já não passam fome durante o resto do mês!

No próximo fim do mês é a loucura novamente. E assim desenrola-se esse fenómeno cíclico do principio do mês.

O regresso de um sem abrigo em situação provisória!

Estou de volta a Angola (sim, já se passaram umas 3 semanas desde que pôs os pés novamente em terras de terra).

Apesar de o corpo ter vindo no avião da TAAG, tenho andado meio perdido essas semanas, porque a cabeça ainda não estava cá. Daí não ter escrito nada aqui. Quando estou com cabeça já é o que é, imaginem o que sairia se não tivesse com cabeça...

O regresso custou mais do que a primeira viagem. Dessa vez não havia expectativa, nem esperança de que não fosse tão mau como pintam! Agora sabia mesmo ao que vinha. Se bem que eu não era dos que estava em pior estado ali no Boeing, houve quem eu desconfio que se tivesse para-quedas disponível saltaria sem pensar duas vezes, quando sobrevoávamos Gibraltar, Marrocos, Nigéria, no Congo talvez não, após 5 horitas já estava mais mentalizado.

Ao chegar, tal como eu já esperava, não tinha a minha casa pronta. Tivemos que ir pernoitar no estaleiro, com a comidinha lá pronta à nossa espera. Mesmo com as batatas fritas frias, e o arroz seco, as febras caíram que nem ginjas!
E só no dia seguinte o Bruno e o André foram levados à sua casa nova. O que até calhou bem, sempre foi menos um dia de trabalho.

E eu? Bem, a minha casa tinha sido assaltada quando estavam a equipá-la e a prepará-la para a minha mudança, ainda antes de ter o segurança contratado. Diria eu que é sempre um bom pronúncio!

Actualmente estou num outro apartamento, provisório (se bem que a última situação provisória em que estive, durou 3 meses e meio), até que completem de mobilar a casa.

Agora a dúvida persiste nas duas alternativas que se me apresentam:

A - Um apartamento, com mais um gajo, num condomínio fechado, piscina, campo de ténis, campo de futebol.

B - Uma vivenda, com 3 quartos, sem piscina, sem campos de nada, na qual o mais certo é morar lá sozinho, num condomínio meio para o estranho, e que já foi assaltada.

Talvez me incline para a hipótese A). Apesar da piscina ser mais pequena do que no apart hotel. Mas também não sou assim tão esquisito.

Mas não me parece muito provável que assim seja. A empresa já arrendou a vivenda por causa de mim, apesar de haver outros quartos livres com boas, e as rendas aqui pagam-se à cabeça, e é pelo ano todo. (a confiança nas pessoas e nos contractos aqui reina)
Por isso têm que por alguém lá a morar para justificar a asneira que um palhaço fez...


Ponto positivo, continuo a morar e a trabalhar por Luanda Sul.