terça-feira, 2 de junho de 2009

"Titaniques Mwangolês"

Se há alguém no mundo que dá realmente valor às crianças, e que o exprime de uma forma ternurenta, é sem a menor dúvida o povo angolano. E como fazem isso? Ao seu melhor estilo!


Não trabalhando!


Sim, aqui não estão com coisas. Se as crianças são o melhor do mundo, tal como esses hipócritas apregoam lá na Europa e América, vamos dar-lhes um feriado! E acho muito bem.


Assim, com mais um fim-de-semana prologado, impunha-se a horrível tarefa de arranjar como ocupar os seus três longos dias de pura inactividade.


Sexta à noite, depois de uma sexta, partimos rumo ao ChillOut ouvir uma música, dar um pé de dança e beber um copito. Acordar no sábado, arrastar-me para a piscina e arrochar durante a tarde. À noite, como já vem sendo hábito, Miami e depois Jango.

No domingo, fomos para a ilha fazer uma praia e almoçar um bife à portuguesa no Tamariz. Diga-se que das coisas que mais tinha saudades era de comer um belo naco de carne, tenrinho! Valeu bem os 28€ que custava.

Tínhamos combinado ir para Malange, só que por motivos relacionados com dificuldades de contenção na flora intestinal de um colega nosso, tivemos que adiar. Nem mesmo com “A Rolha”, vulgo Imódium, ele foi lá.



Alternativa? Praia de Santiago.


Esta praia também conhecida como a praia dos barcos (ainda não consegui perceber o porquê…) fica num recanto pouco mais a norte de Luanda, depois do Cacuaco. Não é fácil de dar com ela, se não soubermos que existe, mais uma vez devido à total inexistência de sinalização.


A caminho da praia, um trilho TT puro.


Uma savana africana (se procurarem bem pelos leões, vão ver que os encontram)


Uma espécie de ponte, em terra sobre um rio. Não sei como isso aguenta.


Um passaroco voar ao lado do carro enquanto atravessamos a "ponte".


A maior parte dos locais aqui em Angola só são acessíveis com alguém que os conheça, se não, não existem pura e simplesmente. Este é o legado que tem que ser transmitido de pula para pula, os pequenos tesouros que Angola esconde.


A vista para a praia.


Uns "bungalow's".

E este é sem dúvida um deles. Inúmeros barcos naufragados povoam o areal desta praia, como gigantes adormecidos, que ali jazem, juntamente com caranguejos e angolanos no mar, que são felizes por momentos nas suas ondas.


Uns quantos navios naufragados ao fundo, e uns angolanos a brincar por perto.

Navio em mar revolto, com meio metro de profundidade.

Esta conjuntura torna este ambiente completamente surreal, acho que nem Dali num dos seus momentos mais alucinados, se lembraria de tal coisa.

A proa ergue-se imponente sobre quem passa.


Mais um barquito.


Separados para a eternidade (pelo mesmo mar que nos separa).

O Karl Marx! Velho, ultrapassado, acabado e decrépito, aqui jaz esquecido no tempo.
(Eu juro que isso não é uma piada política)

As entranhas do comunismo, desculpe, do pai dele.

Karl Marx a meter água.
(Ok, eu paro.)

Haviam dois grupo de angolanos em pontos separados na praia. Divertiam-se nesse feriado, sem preocupações.
As mulheres brincavam na água.

Enquanto isso, ali ao lado víamos os putos a exibir-se para as miúdas, fazendo toda a espécie de acrobacias, saltos e piruetas na areia, havendo até alguns que se aventuravam na capoeira.

Já esse de vermelho, bem sei qual a acrobacia que queria fazer...


Putos a jogar à bola, para eles o barco é como, se ali, sempre existisse.

No entanto o feriado era só para alguns. Há quem, que para eles, todos os dias são dias de trabalho.

A transporta água à cabeça.


A tratar do tacho para a família.

Depois do passeio na praia, chegou a hora do nosso tacho. Aqui tacho, diga-se, é meramente figurativo, porque para não sermos acusados de novos-ricos, despesistas, o almoço consistiu numas latas de atum enfiadas para dentro do pão. Claro que bem acompanhadas das belas das minis, trazidas na não menos bela geleira. Ou não fossemos nós tugas à maneira!

Faltava a manta e o garrafão.

Só para que não digam que são fotos retiradas da net, e tal, tiramos umas fotos ao pés dos barquitos, à laia de turistas. Óculos de sol, máquinas em punho, calções, boné e chinélos. Faltava mesmo uma t-shirt "I Love Luanda", mas não as encontramos ainda à vendo.

Miguel e Bruno prestes a ser abalroados pelo "Atlântico Sul".

Miguel, Bruno e André.

Antes de acabar esta mensagem, tenho que fazer uma breve nota de agradecimento, para quem tem sido neglegenciado durante a curta vida deste meu blog, e sem o qual nada disto seria possível:

O nosso fiel companheiro de viagens. O Jimmy cinzento!

3 comentários:

  1. "Separados para a eternidade (pelo mesmo mar que nos separa)." ate parece a vida de alguém conheço.....

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  2. Não sei de que estás a falar. :P
    Gosto de ti, assim muito. :)

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  3. o tita nique era muito grande
    ele a fundo poraue

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