quarta-feira, 29 de abril de 2009

Desabafos de um pula.

***************************AVISO****************************
Comunica-se aos demais que a mensagem que se seguem não contém qualquer imagens, apenas texto. Avisam-se as pessoas mais sensíveis a muitas letras juntas que poderão sentir efeitos secundários adversos, desde sonolência a tonturas. O MBA em Angola não assume qualquer responsabilidade por eventuais danos causados.
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Isso de tentar comunicar com gente que não fala a mesma "língua" que nós é muito stressante. Mesmo muito stressante. É preferível acabar por desistir do que dar em doido.

É lidar com jordanos, coreanos, malianos, angolanos e gajos que não dá para perceber de onde são. Ou sou eu que não me sei explicar, ou sei lá. Mas isso de andar dois dias a tentar explicar algo, que já tinha percebido onde estava o problema ao fim de 5 minutos a olhar para os desenhos, e convocarem-me 3 vezes para fazer visitas de 2 ou 3 horas cada à obra, e para ver sempre a mesma coisa que já tinha explicado nos desenhos, não vai com nada.


Por outro lado, tive ontem o meu primeiro, "acidente" (vá lá), de trânsito. Um pequeno toque, que o Sr. Garcia deu-me na porta, e que fez uns arranhões no lado direito do para-choques dele, e desencaixou-se um pouco.
Apesar de ele não ter seguro, eu assumi a culpa, e o seguro da empresa cobre os danos no carro dele

- Então, um gajo não chama a polícia (ele safa-se de multa do seguro em falta).
- Ele queixa-se que precisa do carro para trabalhar.
- Então dou a hipótese de resolver a situação sem ser pelo seguro, para não demorar semanas e o jovem não ficar sem carro.
- No dia a seguir vamos a um mecânico de rua no dia seguinte, que pede 100 dólares.

Óbvio que não quis dar os 100 dólares do meu bolso, que o mecânico pediu para arranjar um pára-choques que se desencaixou num lado (diz ele que é um dia de trabalho para desmontar o pára-choques). E dei ao Sr. Garcia duas alternativas à escolha:

Porta nº 1 - 30 dólares (negociáveis) porque ele consegue arranjar aquilo bem mais barato que as 100 dólares, sem grande qualidade é certo, mas a carrinha já está toda lixada. Só que fica com o carro para trabalhar e ir às aulas;

Porta nº 2- Meter no seguro, onde não pago um cêntimo pelo arranjo, e fica com o para-choques novo. Mas fica sem carro (porque aqui o seguro não dá carro);

E o que acontece? Ele agradece-me o facto de lhe dar uma alternativa ao seguro, e escolhe uma das portas, claro?

Pois é, sou acusado de "tentar enganar o preto", de tentar corrompê-los, de não ser racional, ser uma pessoa pouco culta, ser um pula com falinhas mansas, que hoje diz uma coisa amanhã diz outra. E no final ser ameaçado de partirem o pára-choques do meu carro.

E quando digo que o carro não é meu, mas da empresa, e partilho com o André e o Bruno, ainda ouve-se a indignação da moça: "Queres ver que que daqui a pouco ele vai dizer que não tem um carro para te dar enquanto o teu estiver a arranjar?!?"

É que é já a seguir! Até estava a pensar comprar-lhe um carro novo, porque o dele até já é velhinho. Pagar 100 dólares por danos morais. E depois ir à noite aconchegar-lhe os lençois (o beijinho ainda não decidi se dou).

Eu desisto de tentar perceber. Quem perde é ele. Vai o carro para o seguro e ele que fique semanas sem trabalhar, e sem receber! Vai sair-lhe mais caro do que se ele arranja-se o carro por ele...


Ah, e não estou a falar de gajos que andam por aí descalços (cada vez tenho mais respeito por eles, ao menos não têm a mania que são espertos), ou com habilitações literárias baixas... Todas as personagens que referi nas duas hitórias são engenheiros...

Será que sou racista?

Como diria certa personagem que por cá navega: "É axim, é a vida!"

1 comentário:

  1. Realmente, a leitura não é fácil! Quanto ao beijinho.. EPA... hmmm...

    *** ihk

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